11º. FICA DIVULGA OBRAS SELECIONADAS E NOVIDADES NA PROGRAMAÇÃO

Enviado por Carlos Cipriano

Trinta e uma produções de 13 países vão participar este ano da mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA), no período de 16 a 21 de junho na Cidade de Goiás. A relação dos filmes selecionados (em anexo) foi divulgada nesta 5ª. feira (30/04) pela coordenadora geral do festival e presidente da Agência Goiana de Cultura (Agepel), Linda Monteiro.

Realizado pelo governo de Goiás, por meio da Agepel, o FICA chega à sua 11ª. edição revigorado. A programação vem recheada de temas de grande alcance, um rol de debatedores e convidados de renome nacional e internacional, e - principalmente, com um elenco de produções de formatos diversificados, mais apuro técnico e ampla temática, refletindo a maturidade dos realizadores. O lançamento no circuito comercial de "Garapa", novo filme de José Padilha (Tropa de Elite) será uma das grandes atrações da agenda. O filme, exibido no Festival de Berlim, é um documentário sobre a fome. Após sua exibição, haverá um debate com o cineasta sobre a obra.

As maiores novidades do FICA, no entanto, são a mostra de filmes infantis e o peso dado às mesas e cursos ambientais, que passam a assumir caráter de fórum internacional. O tema deste 1º. Fórum Ambiental do FICA é "Globalização e as crises sem fronteira - em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais", a ser coordenado por Laerte Guimarães Ferreira, doutor em sensoriamento remoto e professor do Instituto de Estudos Sócio-ambientais da Universidade Federal de Goiás. Ele já tem confirmadas as participações de especialistas como: Eric Davidson, pesquisador da NASA, responsável pelo Experimento de Larga Escala da Biosfera - Atmosfera da Amazônia; Eustáquio Reis, economista, pesquisador e diretor do IPEA; Miriam Leitão, colunista do jornal "O Globo"; Andrea Cattaneo, idealizador do REED - Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação-princípio que será discutido em Copenhague, no acordo pós-Kyoto, propondo compensações financeiras aos países que reduzirem suas emissões de carbono.

Filmes selecionados

A tarefa do júri de seleção não foi fácil. Confirmando o prestígio internacional do FICA, a mostra recebeu a inscrição de 556 obras, produzidas por realizadores de 47 países - exatamente 100 a mais que na edição anterior, quando foram registradas 446 inscrições, de 42 países. Os jurados passaram mais de 120 horas assistindo a 406 documentários, 90 filmes de ficção, 47 animações e 13 séries televisivas. As melhores realizações foram eleitas não apenas com base nos pré-requisitos do regulamento, na originalidade, no domínio técnico ou na sintaxe narrativa, mas também na adequação à temática ambiental.

Foram selecionados 25 documentários, quatro obras de ficção, duas animações (4 longas, 15 médias e 8 curtas-metragens), além de duas séries produzidas para televisão. Uma ampla gama de temas, compondo um painel fidedigno das principais questões ecológicas que hoje inquietam o planeta. Questões que vão desde a extinção de espécies, passando pelas mudanças climáticas, a escassez de água potável, os problemas de saúde causados por agentes químicos em situações de trabalho ou guerra, até denúncias contra multinacionais que fabricam agrotóxicos ou produzem alimentos transgênicos.

O FICA é o festival temático que oferece a maior premiação da América Latina (R$ 240 mil). Nesta edição, estão concorrendo produções dos EUA, França, Dinamarca, Itália, Alemanha, China, Espanha, Grécia, Holanda, Irã, Nigéria e Polônia. Da seleção brasileira de filmes e vídeos ambientais, participam 06 estados: Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e Pernambuco. Goiás participa da competição com 04 documentários, sendo 01 longa, 02 médias e 01 curta-metragem.

Os Jurados

O júri de seleção do 11º. FICA é presidido por Luiz Araújo, mestre em Teoria Literária pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, de Paris, e composto também pelo psicanalista Roberto Melo; pela jornalista Soraya Viana, mestre em Multimeios pela Universidade de Campinas (Unicamp); pelo presidente da seção goiana da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-GO), Beto Leão; e pelo radialista especializado em Cinema, Carlos Cipriano.

A tarefa de selecionar os vencedores agora caberá ao júri oficial, já confirmado. Dele participam Roger Odin, professor emérito de Comunicação do Instituto de Cinema e Audiovisual da Universidade de Paris III (Sorbonne - Nouvelle), dirigida por ele até 2004; Sandra Kogut, cineasta, uma das criadoras do programa "Brasil Legal" da TV Globo e ex-professora na Escola Superior de Belas Artes em Strasbourg (França); Carlos Gerbase, doutor em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), onde leciona Produção Audiovisual (graduação) e participa do programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, com atuação nas áreas de linguagem e tecnologia do audiovisual.

Também integram o júri oficial: o antropólogo mineiro Kiko Goifman, mestre em Multimeios pela Unicamp e autor do livro e CD-Rom Valetes em slow-motion; o filósofo e teólogo argentino Julio Santucho, diretor do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Direitos Humanos de Buenos Aires (Argentina); Rosa Berardo, doutora em cinema pela Sorbonne (França) e pós-doutora em Cinema e Ciências Sociais pela Universitá du Québec à Montreal (Canadá); e ainda Mário Barroso Ramos Neto, biólogo, mestre e doutor em ecologia, se dedicando há mais de 20 anos à conservação da biodiversidade.

Cursos de cinema

Para os cinéfilos, além da mostra competitiva, os cursos e debates, coordenados pelo professor de Cinema da Universidade Federal de Goiás, Lisandro Nogueira, são atrações à parte. O professor de cinema da Universidade de São Paulo (USP), Ismail Xavier, e a psicanalista Maria Rita Khel, estarão debatendo "Corpo, Palavra e Memória do Cinema Brasileiro Contemporâneo". Já a filósofa e professora Olgária Matos, também da USP, fará uma exposição sobre "A natureza e o homem: o esgotamento ético e o deslimite da razão".

Os cursos de cinema serão comandados por profissionais como Ismail Xavier; o cineasta Paulo Sacramento (O Prisioneiro da Grade de Ferro); o professor da Universidade de Campinas (UNICAMP) Francisco Elinaldo Teixeira; a professora da Universidade de Santa Catarina, Claudia Mesquita; a crítica de cinema da revista Veja, Isabela Boscov; a jornalista e diretora-adjunta do portal iG, Alessandra Blanco; e o cineasta e ambientalista Pedro Novaes.

LISTA DOS FILMES E VÍDEOS SELECIONADOS PARA A MOSTRA COMPETITIVA DO XI FICA (2009):

CATEGORIA LONGA-METRAGEM = 4 FILMES (361 minutos)

  1. A ÁRVORE DA MÚSICA (Brasil - SP, 2009). Direção: Otávio Juliano. 80 min. Documentário.

O futuro da música clássica depende de uma árvore ameaçada de extinção: o pau-brasil. Músicos, pesquisadores, ambientalistas e archetários explicam como essa madeira, encontrada apenas na floresta brasileira, tornou-se vital para o som dos violinos e outros instrumentos de corda desde os tempos de Mozart. Através da busca pelo equilíbrio entre o desmatamento desenfreado e o planejamento forçado cuja finalidade é salvar a espécie e a própria música clássica, o documentário apresenta as medidas tomadas em conjunto pelo governo brasileiro, archetários, músicos, organizações internacionais e fazendeiros no esforço de preservação da espécie.

2. CORUMBIARA (Brasil - PE, 2009). Direção: Vincent Carelli. 118 min. Documentário.

Leiloada durante o governo militar, a gleba Corumbiara, ao sul de Rondônia, é o cenário, em 1985, de um massacre de índios isolados. Apesar dos visíveis sinais da tentativa de apagar as evidências de sua existência, filmados pelo documentarista Vincent Carelli, e das denúncias do indigenista da FUNAI, Marcelo Santos, o caso é esquecido. Dez anos depois, a equipe registra o seu encontro com dois índios desconhecidos e ainda não contactados numa fazenda, o que oferece a primeira oportunidade a Santos e Carelli de retomar o fio desta história. Entre o cinismo dos advogados de latifundiários da região e a aproximação desses índios sobreviventes, o filme registra muitas lacunas, mas revela aos poucos os inequívocos sinais da continuidade dos crimes contra os povos indígenas, num processo de selvagem apropriação da terra na Amazônia. Documentário investigativo, realizado ao longo de mais de 20 anos, que abre espaço também para uma autocrítica das próprias estratégias indigenistas.

3. KALUNGA (Brasil - GO, 2009). Direção: Luiz Elias, Pedro Nabuco e Sylvestre Campe. 77 min. Documentário.

A comunidade Kalunga de Goiás, o maior remanescente quilombo do Brasil, aguarda a demarcação definitiva de suas terras. Sua história viva, baseada em memória oral na sua luta pela sobrevivência de comunidade isolada desde o ocaso do ciclo do ouro, constitui um marco único na história do país e um símbolo de resistência rural às pressões do mundo "de fora". O documentário resgata cenas captadas no início da década de 1980, pelo diretor e fotógrafo goiano Luiz Elias. Nos depoimentos dos Kalunga, a história de resistência pacífica às invasões de grileiros, a luta contra a ameaça de construção de uma represa hidrelétrica e pela regularização fundiária de suas propriedades.

4. UMA MUDANÇA NO MAR (A sea change, EUA, 2009). Direção: Bárbara Ettinger. 86 min. Documentário.

O ambientalista Sven Huseby investiga os impactos da acidificação do oceano e do aquecimento global na vida submarina. Filho de proprietários de um pequeno mercado de peixes na Noruega, Huseby acompanhou o trabalho de seu pai em uma fábrica de conservas de salmão no Alasca, além de ter crescido em Seattle, comendo peixes todos os dias. Sentindo-se na obrigação de aprender mais sobre o assunto, Huseby viaja pelo mundo para entrevistar cientistas, professores, pescadores, empresários e jornalistas. O filme faz um alerta sobre a acidificação do oceano, ao mesmo tempo em que oferece uma esperança para o futuro, destacando as pessoas que trabalham em projetos para reduzir as emissões de carbono.

CATEGORIA - MÉDIA-METRAGEM = 15 FILMES (640 minutos)

  1. A PRÓXIMA MORDIDA (Brasil - GO, 2009). Direção: Ângelo Lima. 33 min. Documentário.

Os ataques de tubarões aos banhistas e surfistas em Porto de Suape, no litoral pernambucano. O documentário entrevista as vítimas dos ataques, ambientalistas e pescadores para tentar descobrir as possíveis causas desses incidentes e a responsabilidade das intervenções humanas sobre o habitat natural destes animais.

2. ANJOS MORREM NA TERRA (Angels die in the soil, Irã, 2008). Direção: Babak Amini. 30 min. Ficção.

A história de uma jovem curdo-iraquiana que, para ganhar a vida e cuidar de seu pai doente, vende os ossos de soldados iranianos martirizados durante a guerra Irã-Iraque. Um dia ela testemunha um incidente terrorista envolvendo um soldado americano, e decide tentar ajudá-lo.ARRAKIS (Arrakis, Itália, 2008). Direção: Andrea Di Nardo. 23 min. Documentário.

Documentário poético em homenagem às vítimas do progresso industrial italiano. O filme explora visualmente os destroços de fábricas abandonadas no norte da Itália, como pano de fundo para a voz rouca de Silvestro Capelli, que em 1996 se submeteu a uma laringectomia total para extirpar um câncer causado pelo amianto, inalado durante os anos em que trabalhou numa fábrica.

  1. BODE REI, CABRA RAINHA (Brasil - SP, 2008). Direção: Helena Tassara. 48 min. Documentário.

No nordeste semi-árido, região da Caatinga, é costume dizer-se que não é o homem quem cria o bode, mas o bode quem cria o homem. Diz-se também que do bode se aproveita até o berro. Por isso, os personagens principais aqui são o bode e a cabra. Muitas vezes tratados pelo sertanejo como seres quase humanos, companheiros de infortúnios e jornadas, eles carregam muita história. Isso todo mundo sabe. O que quase ninguém sabe é que sem bodes e cabras o semi-árido nordestino já teria se transformado num deserto de gente e de vida.

  1. CAÇADORES DE DINOSSAUROS (Brasil - RJ, 2008). Direção: Neila Tavares e Nara de Campos Velho. 64 min. Documentário.

Em setembro de 2006, uma expedição coordenada pelo paleontólogo Alexander Kellner partiu do Museu Nacional/UFRJ rumo ao Mato Grosso em busca de fósseis de dinossauros. O vídeo retrata a expedição, acompanhando durante trinta dias os 18 pesquisadores que coletaram importantes amostras, somando uma tonelada e meia de material fóssil. Um registro único desta caçada aos gigantes pré-históricos brasileiros, pontuado por informações sobre o impacto da ação humana na natureza da região mato-grossense. Para o paleontólogo que comandou a expedição, "não existe nenhum outro grupo de animais extintos que consiga capturar mais a atenção do público leigo - e, conseqüentemente, de toda a sociedade - que os dinossauros".

  1. ENERGIA NA ENCRUZILHADA: UMA URGENTE NECESSIDADE DE MUDAR OS RUMOS (Energy crossroads: a burning need to change course, EUA, 2007). Direção: Christophe Fauchere. 55 min. Documentário.

Como a população mundial e seu apetite por energia subiram drasticamente, o esgotamento dos recursos naturais e o aquecimento global tornaram-se as questões mais prementes que a humanidade enfrenta hoje. A maioria dos especialistas concorda que o pico de produção petrolífera mundial, quando a procura exceder a oferta, irá ocorrer dentro dos próximos 15 anos e vai mudar radicalmente o nosso mundo industrializado. Como os EUA, um país que consome 25% da energia mundial - 85% dos quais constituídos por combustíveis fósseis não-renováveis -, poderão evitar uma crise energética e um eventual colapso em sua economia? China e Índia aspiram atingir os padrões ocidentais de "qualidade de vida", mas se o fizerem no ritmo e da forma como fazem os americanos, o consumo dos recursos naturais se tornará fisicamente impossível. Além de aumentar os conflitos geopolíticos, o processo de extração e utilização desenfreada desses recursos coloca em perigo o próprio habitat do qual dependemos para prosperar como espécie - empurrando o clima da Terra e os ecossistemas a um ponto de não retorno.

  1. ESPÍRITO DE PORCO (Brasil - SC, 2009). Direção: Chico Faganello e Dauro Veras. 51 min. Documentário.

O documentário trata dos impactos da suinocultura industrial em Santa Catarina, do ponto de vista "suinocêntrico" - ou seja, a história é narrada por um porco que já morreu. O porco está presente na vida de boa parte das pessoas: do presunto ao aglutinador de cabeças de palitos de fósforo, da insulina à feijoada, da gelatina às válvulas cardíacas, o animal é utilizado para fabricar mais de cem produtos. O filme é uma reflexão filosófica, com pitadas de humor, sobre a vida e a morte. E sobre a "coisificação" de gentes e bichos. Aborda a relação entre a grande indústria e os pequenos produtores, a mudança nos hábitos alimentares, o forte vínculo cultural dos catarinenses do Oeste com a suinocultura.

  1. GRAFFITI EM RUÍNAS E OUTROS MUROS. (Brasil - GO, 2008). Direção: João Novaes. 31 min. Documentário.

Graffiti é arte ou transgressão, como ainda quer a lei que o associa ao vandalismo? Graffiti e pichação são a mesma coisa? "Graffiti em ruínas e outros muros" retrata os processos de intervenção urbana que utilizam a atividade como forma de transformação lúdica do meio ambiente caótico da cidade, muitas vezes despertando nossa atenção para os lugares mais degradados. O vídeo apresenta alguns destes "vândalos" e sua arte, ao mesmo tempo evanescente e perene, cotidianamente destruída pela propaganda desenfreada nas ruas e muros.

  1. MORRENDO EM ABUNDÂNCIA (Dying in abundance, Grécia, 2008). Direção: Yorgos Avgeropoulos. 51 min. Documentário.

O que pode acontecer quando um direito humano fundamental é transformado em uma commodity global na bolsa de valores? Algumas poucas empresas multinacionais controlam o "coração" dos alimentos que colocamos em nossas mesas todos os dias: a própria semente e, por conseguinte, a produção agrícola mundial. Corretores do mundo desenvolvido aumentam e diminuem os preços, jogando com o direito de milhões de seres humanos de ter acesso aos alimentos. Quase um bilhão de pessoas neste planeta estão desnutridas. Será que a Terra já não pode alimentar sua população? As evidências provam o contrário. A chamada "crise de abastecimento alimentar" ocorre num momento em que o planeta produz mais alimentos do que nunca. Filmado na Índia e nos Estados Unidos, o documentário se desdobra sobre o absurdo de um sistema que produz comida suficiente, mas tão cara que os pobres não podem pagar.

  1. NO CENTRO DA TERRA, POÇOS E HOMENS (Au centre de la Terre, des puits et des hommes, Nigéria, 2008). Direção: Ingrid Patetta. 25 min. Documentário.

O filme registra o orgulho, a tradição e o sentido de dever de alguns homens das aldeias de Zinder, região situada nas savanas do Sahel, na Nigéria, responsáveis por cavar os poços que dão acesso à água que abastece a população local. Os homens cavam poços claustrofóbicos, que chegam a ter mais de 120 metros de profundidade, orientando-se por seus rituais mágicos que identificam o local onde o precioso recurso pode ser encontrado.

  1. O FIM (The end, Espanha, 2009). Direção: Eduardo Chapero-Jackson. 27 min. Ficção.

O que vai acontecer quando a água virar um recurso tão escasso no planeta a ponto de termos de lutar por ela? O filme procura responder esta questão, ambientando a trama num futuro próximo. Nos Estados Unidos, um país de clima e vegetação semelhante ao deserto, homens, mulheres e crianças da classe média são empurrados para esta situação limite e forçados a enfrentar os dilemas elementares da vida. Germinam as sementes da exploração, do egoísmo, da desconfiança e do medo. A humanidade está fadada ao suicídio coletivo se continuar a desperdiçar sua própria fonte de vida.

  1. PROIBIDO RESPIRAR (Vietato respirare, Itália, 2008). Direção: Rick Farina, Pietro Mendito e Diego Fabrício. 31 min. Documentário.

Um passeio pela região da Campânia, na Itália, território à beira de uma catástrofe ambiental provocada pela falta de gestão do lixo, problema que afeta moradores das cidades e das planícies da zona rural. No final de 2007, a falta da construção de novas unidades de destinação do lixo em Nápoles levou à interrupção da coleta do lixo, fazendo com que montanhas de resíduos se acumulassem nas ruas. Para piorar ainda mais a situação, a população, em sinal de protesto, ateava fogo no lixo despejado nas ruas. O documentário exibe um cenário onde as montanhas de lixo, aterros ilegais, plantações contaminadas e perdidas, infiltração de dioxinas e de outros venenos no solo, levam à crescente desconfiança nas instituições públicas, envolvidas em suspeitas de corrupção, e às desesperadas manifestações de protesto por parte da população.

  1. UMA ÁGUA (One water, EUA, 2008). Direção: Sanjeev Chatterjee e Ali Habashi. 68 min. Documentário.

O documentário faz uma avaliação sobre a carência de água potável em escala global. Rodado em 14 países, é composto por longas narrativas audiovisuais que dispensam as palavras, intercaladas com depoimentos de Dalai Lama, Vandana Shiva, Robert Kennedy Jr., Felipe Fernandez-Armesto, Oscar Olivera entre outros. O filme destaca como as comunidades de diferentes partes do mundo sofrem com a falta de um recurso vital, propondo uma discussão sobre a vitalidade da água nos níveis físico e espiritual.

  1. VENENO À VENDA: A HISTÓRIA DE SUCESSO DA MULTINACIONAL AMERICANA MONSANTO (Poison on sale: the succes story of the american multinational Monsanto, Alemanha, 2007). Direção: Manfred Ladwig. 29 min. Documentário.

Ativistas ecológicos e as vítimas do "agente laranja", usado - entre outras - na guerra do Vietnã, hoje partilham um inimigo comum: o gigante químico americano Monsanto, produtor da arma química, de outros agrotóxicos e de alimentos transgênicos. O filme é uma denúncia contra as atividades da Monsanto, atualmente o maior produtor mundial de sementes geneticamente modificadas.

  1. VIVENDO COM VERGONHA (Living whit shame, China, 2008). Direção: Huaqinq Jin. 25 min. Documentário.

Mais de 50 mil pessoas trabalham com o desmanche de sucata, numa pequena cidade ao sul do rio Yang-Tsé, na China, lutando para sobreviver com o pouco que ganham. Os trabalhadores da coleta de resíduos de metais pagam um alto preço, vítimas do desenfreado desenvolvimento econômico contemporâneo.

CATEGORIA - CURTA-METRAGEM = 8 FILMES (118 minutos)

  1. ANJO (Angel, Polônia, 2008). Direção: Agnieszka Skolik. 11 min. Animação.

Animação que apresenta o ponto de vista de um pássaro sobre o panorama do planeta, referindo-se cada cena a um acontecimento real.

  1. AQUI (Brasil - PB, 2009). Direção: Torquato Joel. 20 min. Documentário.

Entre o sertão e o mar, a paisagem, a produção econômica e o cotidiano de um lugarejo da Paraíba.

  1. CALANGO LENGO - MORTE E VIDA SEM VER ÁGUA (Brasil - SP, 2008). Direção: Fernando Miller. 10 min. Animação.

Calango Lengo, nordestino, tem que cumprir seu destino, sem ter o que pôr no prato. Na seca não há outra sorte, viver fugindo da morte, como um rato de um gato.

  1. DÊ-ME UM ABRAÇO (Gimme a hug, Holanda, 2008). Direção: Geert Droppers. 14 min. Documentário.

Filmado nas Bahamas, o documentário evoca uma profunda compaixão para com um dos animais mais incompreendidos da natureza: o tubarão. O lado dócil do animal, contraposto ao seu retrato comum de "comedor de gente", propalado por filmes como o de Steven Spielberg.

  1. MAR DE DENTRO (Brasil - SP, 2008). Direção: Paschoal Samora. 14 min. Documentário.

Velhos pescadores de Santa Catarina recorrem à memória afetiva para contar suas histórias de aventuras e amores. Em um cenário onde o tempo parece ter parado para ouví-los, eles se recordam da época em que viviam no mar e do mar.

  1. NÃO É NADA (C'est pas grave, França, 2008). Direção: Sersar Yacine. 10 min. Ficção.

Homem comum e mulher ecologicamente engajada visitam a sala das espécies de animais extintos, no Museu Nacional de História Natural de Paris.

  1. RESSIGNIFICAR (Brasil - GO, 2009). Direção: Sara Vitória. 16 min. Documentário.

Vivemos num tempo de profundas contradições. De um lado, há sinais de que parcela da humanidade começa a despertar para a finitude de recursos naturais. Do outro, as facilidades proporcionadas pelo avanço tecnológico e os interesses de mercado desencadeiam um ciclo de consumo vicioso e altamente oneroso. O resultado, dentre outros, é a geração de um tipo de lixo que muitos sequer se deram conta de suas conseqüências para o meio ambiente: o tecnológico. Ninguém parece escapar da responsabilidade sobre sua geração, nem mesmo os produtores de audiovisual.

  1. SEM SAÍDA (Clôture, França, 2007). Direção: Michael Ragôt. 16 min. Ficção.

Um garoto e sua avó, numa fazenda. A velha senhora está cansada de cuidar das vacas. O garoto diz que irá cuidar das vacas quando crescer. Mais tarde, um homem chega para levar uma vaca ao matadouro. "E se a vaca não for?" - pergunta o garoto. "Ela vai para uma viagem" - responde a velha. O homem retorna, a cada ano, para levar outra vaca, aguardando pela velha mulher, a envelhecer, e pela criança, crescendo...

CATEGORIA - SÉRIE TELEVISIVA = 2 SÉRIES COM 2 EPISÓDIOS (165 minutos)

  1. NA PARTE INFERIOR DO MUNDO (At the bottom of the world, Dinamarca, 2007). Direção: Jakob Gottshau, série televisiva.

Um olhar mais atento à situação de pobreza na Etiópia, um país onde a implementação das Metas do Milênio para a redução da extrema pobreza (em 50% até o ano de 2015) ainda está muito atrasada. Nesta série de 3 episódios, estão reunidas as histórias de mendigos e camponeses afetados pela seca.

Episódios:

· MENDIGOS EM ADIS ADEBA (Beggars in Addis Ababa). 21 minutos.

As dificuldades das mulheres que vivem na aldeia de Kajima, situada em uma região seca no norte da Etiópia. A escassez de alimentos exige que elas saiam de casa com seus filhos para uma longa viagem até a capital, Adis Abeba, para pedir esmolas. Alguns meses depois elas voltam para a aldeia, com as suas pequenas poupanças.

    • QUANDO A CHUVA FALHA (When the Rain Fails). 28 minutos.

Todo ano, na pequena aldeia de Jarota, os agricultores enfrentam um difícil período de sobrevivência. A terra estéril, a seca e a fome fazem parte da vida de muitas pessoas. Mas um dos camponeses parece ter encontrado uma solução que poderá garantir o futuro de sua família: ele abriu o primeiro mercado da região.

· VIRAR A MOEDA (Flip the coin, Dinamarca, 2008). Direção: Erling Borgen e Tom Heinemann, série televisiva.

Uma série de três documentários sobre a globalização. Nunca o abismo entre ricos e pobres foi maior: 800 milhões de pessoas passam fome todos os dias, 2 bilhões de pessoas sofrem de subnutrição crônica e 27 milhões de pessoas vivem como escravos. Eles estão, principalmente, nos países mais pobres, que produzem bens consumidos no mundo ocidental. Nós compramos essas mercadorias feitas em partes distantes do mundo, mas nem sempre sabemos em que condições elas são produzidas. A série apresenta os trabalhadores que estão na parte inferior da cadeia de produção do mercado global.

Episódios:

    • O GOSTO AMARGO DO CHÁ (The bitter taste of tea). 58 minutos.

Milhões de trabalhadores lutam diariamente pela sobrevivência nos jardins de chá espalhados em países como Quênia, Índia, Bangladesh e Sri Lanka, recebendo pouco dinheiro por cada quilo que colhem ou se envenenando com a aplicação de pesticidas. Eles trabalham na coleta do chá para empresas multinacionais, como a Lipton e a Finlay's, que prometem aos consumidores uma atuação responsável na sociedade globalizada, pautada pela proteção ao meio ambiente e pela garantia de boas condições de trabalho e de vida. Os consumidores ocidentais confiaram no rótulo internacional da Fairtrade / Max Havelaar, como uma garantia de que os trabalhadores das firmas certificadas receberiam um pouco mais de dinheiro, a cada vez que os consumidores comprassem seus chás. Esse documentário conta a história verdadeira de como a certificação da Fairtrade não é nada justa.

    • A TORRE DE PROMESSAS (A tower of promises). 58 minutos.

Nas perigosas e poluentes fábricas de aço de Bangladesh, trabalhadores lutam para ganhar sua vida, mas nem todos sobrevivem. As gigantes das telecomunicações, Ericsson (Suécia) e Telenor (Noruega), desempenham um papel predominante na expansão da telefonia móvel naquele país. As duas multinacionais afirmam que suas práticas são embasadas em valores essenciais como a responsabilidade ética, social e ambiental. Suas políticas de responsabilidade garantem aos clientes e ao público que seus fornecedores, trabalhadores e o meio ambiente serão monitorados e protegidos com a melhor tecnologia disponível. No entanto, milhares de torres são produzidas e montadas em Bangladesh em arriscadas condições de trabalho. Sem qualquer equipamento de proteção, homens enfrentam os riscos de cair das estruturas metálicas, que chegam a ter 50 metros de altura, ou mergulhar em cubas de ferro fundido. O documentário mostra também que adolescentes com idade entre 12 e 17 anos trabalham em máquinas extremamente perigosas e o desespero dos agricultores das aldeias vizinhas às fábricas, que perdem todo o seu cultivo com o lançamento de resíduos não tratados (ácidos e metais) diretamente nas águas utilizadas para irrigação.

CINEMA

MESAS

Local: Casa de Cora Coralina

Data: a partir das 18h00

MESA 1:

  • Olgária Matos - Professora de filosofia da USP

TEMA: A Natureza e o Homem: O Esgotamento Ético e o Deslimite da Razão

MESA 2:

  • Ismail Xavier - Professor de cinema da USP

TEMA: Corpo, Palavra e Memória do Cinema Brasileiro Contemporâneo.

  • Maria Rita Khel

TEMA: Corpo, Palavra e Memória do Cinema Brasileiro Contemporâneo.

CURSOS

Local: Lyceu de Goiás

Data: de 17 a 19 de junho

Hora: das 09h00 as 12h00

  • Ismail Xavier - Professor de Cinema da Usp

Curso: Cinema Moderno e Fotogenia

  • Claudia Mesquita - Professora de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina

Curso: O documentário de Eduardo Coutinho e João Moreira Salles

  • Isabela Boscov - Crítica de Cinema da revista VEJA

Curso: Crítica de Cinema

  • Paulo Sacramento - Cineasta

Curso: A montagem do cinema documentário: O filme "O Prisioneiro da Grade de Ferro"

  • Francisco Elinaldo Texeira - Professor de cinema da UNICAMP

Curso: Cinema documentário: Uma introdução

  • Pedro Novaes - Cineasta e ambientalista

Curso: Como dar cara de cinema ao seu vídeo

Alessandra Blanco - Jornalista

Curso: Cinema e comida

FORUM AMBIENTAL

GLOBALIZAÇÃO E AS CRISES SEM FRONTEIRAS:

em busca de novos paradigmas sociais, econômicos e ambientais

MESAS

Local: Teatro São Joaquim

Data: de 18 a 20 de junho

Hora: das 09h00 as 12h00


MESA 1: 18/06

  • Eric Davidson - Dr. em solos e ecologia; Coordenador Sênior Scientist do WHRC; Pesquisador do Experimento de Larga Escala da Biosfera - Atmosfera da Amazônia.

TEMA: O Desafio de Conservar: biodiversidade, água, recursos terrestres

  • Nilson Clementino Ferreira - Eng. Cartógrafo, M.Sc. em geoprocessamento, Dr. em Ciências Ambientais

TEMA: Cerrado: ocupação atual e cenários futuros

MESA 2: 19/06

  • Andrea Cattaneo - Idealizador do REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Degradation)

TEMA: Economia - Novos paradigmas: uso de instrumentos econômicos

  • Miriam Leitão - Jornalista

TEMA: Crescimento Acelerado e Meio Ambiente: é possível conciliar?

  • Ricardo Machado - Dr. Em Ecologia; Diretor do Programa Cerrado - Pantanal (Conservação Internacional)

TEMA: Políticas Ambientais - Em Sintonia com o Século XXI?

MESA 3:

  • Eustáquio Reis - Dr. Em Economia; Diretor do IPEA; Responsável pelo IPEA Data

TEMA: Demografia - é possível ser sustentável?

  • Marcos Heil Costa - Professor da Universidade Federal de Viçosa

TEMA: Mudanças Climáticas - Impactos; Cenários; Adaptações; Políticas Governamentais

CURSOS

Local: Lyceu de Goiás

Data: de 17 a 19 de junho

Hora: das 15h00 as 18h00

  • Pedro Vieira - Geólogo, mestre em Geografia, professor UEG Goiás.

Curso: A natureza & a Cidade de Goiás

  • Carlos Hiroo Saito - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (UnB), consultor MMA.

Curso: Educação ambiental: Ensinando e aprendendo com a natureza

  • Cláudia Valéria de Lima - Coordenadora do curso de Ciências Geoambientais UFG.

Curso: Recursos hídricos

  • Luciane Mascarenhas - Bacharel e mestre em Direito. Dra. Em Ciências Ambientais.

Curso: Legislação ambiental: Entendendo sobre direitos e deveres

  • Ivanilton Oliveira - Coordenador do Laboratório de Gestão Territorial da UFG.

Curso: Imagens & olhares: A terra, do espaço e ao alcance de todo

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