Crônica_Quase velho

Beatriz

Você percebe que está ficando velho quando não consegue entender uma máquina. Ler um manual é como tentar decifrar empiricamente os ideogramas kanji. Enfim, nem Macgiver consegue.

E beber então? De duas uma, ou com dois copos já fica alegrinho ou nem 8 long necks de Bohemia fazem mais efeito, salvo o efeito diurético! Prefiro a primeira opção por questões econômicas, economia de dinheiro e de fígado.

Balada pra quase velho significa se acabar numa orgia de doces (balinhas) ou bombons se preferirem (em Belém eles chamam balas de bombons, achei muito bonitinho isso).

Quase velho numa boate é uma graça, quando se arriscam em ir é claro! Dançam do mesmo jeito independente do ritmo, é quase hipnótico ficar olhando. Sabe aquela coisa do relógio que vem e que vai? Pois é...

É nessa fase que começam os primeiros indícios de manias, às vezes elas se encontram em estados avançados. São rituais, que jamais podem ser quebrados, ou normas que nunca devem ser descumpridas, se não a terra sai do eixo. Mas quem sai do eixo mesmo é quem está por perto. Haja paciência!

É nessa fase também que se torna uma pessoa equilibrada, ou pensa que é. Tem argumentos e explicações pra tudo, acredita que está quase sábio, que já viveu muito, portanto esbanja experiência. Na verdade se torna mesmo é um pessimista, onde não tem coragem mais de se arriscar. Afinal já viveu o bastante e sabe perfeitamente o que dará certo e o que não dará. É um vidente de carteirinha!

Pra ser um quase velho, não é necessário ter meia idade ou mais ou menos. É bem verdade que a maioria está na meia idade ou quase. Mas o que chama atenção mesmo, e é onde se identifica um, é o fato de que se esqueceram que a vida se compõe de riscos, sonhos e questionamentos. A coragem perdeu seu lugar ao sol, e o que restou são os dias de mormaço.
É a vida em banho-maria, morna. Realmente é mais cômodo. Será que isso é bom?

Eu me encontro em dificuldades de entender um manual, e espero parar por aí. E você como está?

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