Começa hoje semana de paralização no Ministério da Cultura

Greve de servidores da Cultura pode durar até o Pan-Americano
Fonte: O Globo
Texto de André Miranda
Enviado por Vânia Ferro
Editado por Alice Galvão
Hoje boa parte da cultura brasileira vai parar. Isso quer dizer nada de visitas ao Paço Imperial na hora do almoço ou pesquisas na Biblioteca Nacional pela manhã. Registrar um livro ou pedir a aprovação de um projeto em leis de incentivo, então, nem pensar. Esqueça também os museus da República, Nacional de Belas Artes, Histórico Nacional, Imperial ou qualquer um dos 41 museus ligados ao Ministério da Cultura (MinC) no país.

Todos os órgãos do MinC vão fechar suas portas para uma greve de tempo indeterminado a partir do dia 15. A reivindicação de seus servidores é por melhores salários e pelo cumprimento de um novo plano de carreira prometido pelo governo federal na última greve, em 2005. Aquela durou cem dias. Esta, prometem os grevistas, pode durar ainda mais e atravessar os Jogos PanAmericanos, que começam no dia 13 de julho.

De acordo com Rutonio Sant´Anna, diretor de Associaçãodos Servidores da Fundação Biblioteca Nacional, tudo vai parar. "Na Biblioteca, já estamos avisando aos pesquisadores para correr com seus trabalhos porque, depois do dia 15, ninguém vai entrar. A luta não é só por salários, mas pela cultura do país. A impressão que se tem é que o governo não tem interesse algum em preservar o patrimônio cultural público do Brasil", lamenta ele.

Os servidores pedem que o governo cumpra um acordo feito depois das greves de 2004 e 2005, quando foi criado o Plano Especial de Cargos da Cultura. Sant´Anna explica que, hoje, o salário de um bibliotecário iniciante é de R$ 263.

Com o plano, haveria um aumento depois de dez anos sem reajustes e todas as gratificações seriam incorporadas, fazendo com que o salário pulasse para cerca de R$ 2.900.

Porém, mesmo com os gastos tendo sido inclusos no orçamento de 2007 do governo, R$ 11,6 milhões mensais, os novos salários ainda não foram autorizados pelo Ministério do Planejamento.

"Há dois anos, tivemos um concurso público para o Iphan. Só que 60% dos aprovados acabaram saindo por causa dos baixos salários. Uma arquivista ficou apenas dois meses", conta Zulmira Pope, presidente da Associação dos Servidores do Iphan.
"Desta vez, não vamos ceder. Se não formos atendidos, vamos inviabilizar o ministério. Temos um patrimônio imenso sob nossaresponsabilidade e queremos melhorias para a cultura", diz Oscar Ortman, diretor da Associação de Servidores da Funarte. Enquanto isso, o Ministério do Planejamento afirma que não liberou os recursos pelo medo de um efeito-cascata que faria com que outros servidores pedissem o mesmo.

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Charge - Almeida (Marcus Vinas)

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