Poema - Cheia de Si

Fotografia: Marcus Vinas

Por Alice Galvão
Fantasiada na escuridão dos passos da dança
Embriagando-se a goles afoitos
Ficava aflita e risonha
Endiabrada
Tropeçava nos próprios pés
Escalava os próprios nós
Estraçalhando o caminho planejado a dois dias atrás
Camuflada
Não sabia pedir ajuda
Decidia os prós e contras da vida inteira
Numa mesa de bar
Cheia de si
Sem mais delongas
Trançando os cabelos
E as pernas longas
Mordendo os lábios
Se arrependendo
Secando as fontes
Se espremendo

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Charge - Almeida (Marcus Vinas)

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