Por Cristiane Galvão
Você já viu um adulto xingando, maltratando, menosprezando uma criança?
Já reparou nos olhos da criança a profunda tristeza que ela sente quando isso acontece? Eu daria tudo para saber o que ela pensa naquele momento...
Eu não tenho filhos, mas acho que ainda não tive justamente por saber o tamanho da responsabilidade que é ter um ser totalmente ingênuo, incapaz nas mãos e isso me causa um medo muito grande de não conseguir cuidar, alimentar, fazer com que ele se sinta confortável onde está. Educar é sinônimo de colocar-se no lugar do outro...Muitas pessoas colocam filhos no mundo, mas nunca se colocaram no lugar daquela criança para imaginar o tamanho da necessidade que ela traz consigo.
Eu já escrevi sobre isso, mas hoje eu ainda sinto uma necessidade enorme, pois acho inaceitável presenciar pais que xingam os filhos, maltratam, menosprezam a capacidade da criança, alimentam como se estivessem alimentando a um adulto...Já vi um livro na livraria que tem o título 'Quem ama cuida'. Não me recordo a autoria, mas pelo pouco que li, há uma explicação sobre a importância dos pais se preocuparem com o que as crianças comem. O óbvio, mas que muitas pessoas não fazem.Na minha opinião, a alimentação da criança jamais deveria ser a mesma do adulto .Tudo que você come você dá para o seu filho de dois, três ou quatro anos comer? Quer me deixar fritando de indignação? - Coloque diante de mim uma criança comendo um pastelão, daqueles bem gordurosos...É muita maldade! Quantas mães que dão apenas 'miojo' para os filhos, pois não gostam de cozinhar. E ainda dizem: - Mas ele não gosta de nada! Será? Dispenso comentário.Sinto muito! É complicado para mim que não sou mãe dizer essas coisas, mas a minha sensibilidade me faz questionar, pensar e sentir muito por saber que um ser tão pequeno levará para sempre o erro de alguém que não se coloca no lugar do outro.
E a escola? Até quando ela terá que carregar o fardo de 'educar' o que o berço não ensinou? Ensinar a manusear os talheres, comportar-se à mesa, não falar enquanto mastiga, a não chutar o coleguinha apenas por maldade, a não bater na amiguinha porque ela não quis brincar, a não xingar a professora porque ela não faz parte da família mesmo etc...Isso não é OBRIGAÇÃO da escola! Tudo bem que a escola pode e deve contribuir para a educação geral e até ensinar um tanto de coisas que deveriam ser ensinadas na educação familiar, mas e lá em casa? E o papel do pai e da mãe? E o carinho na hora de dizer que não é assim que se faz? E a bronca necessária? Tudo começa em casa, no berço, no afeto, na companhia de final de semana e nos encontros familiares mesmo que sejam curtos, restritos e rápidos afinal não dá para ter filhos e passar as 24 horas ao lado deles nesse mundo atual. Mas a base, o necessário, o principal, isso sim, deve ser priorizado.O resto o futuro adulto e principalmente a sociedade agradecerão.
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