Orquestra Ars Hodierna executa trilha para “Perdão Mister Fiel”

Enviado por Sistrum

Um dos longas selecionados para concorrer no 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que se realizará de 17 a 24 de novembro é o filme “Perdão Mister Fiel”.

Seu diretor, o jornalista e cineasta Jorge Oliveira, encontrou a fórmula para arrebatar as platéias: chamou o maestro Jorge Antunes e o produtor musical Cláudio Vinicius Fialho para elaborarem a trilha sonora.

O filme conta a história do operário metalúrgico Manuel Fiel Filho que foi torturado e assassinado pela ditadura militar, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1976. Naquela sexta-feira, elementos da polícia do Exército foram à empresa Metal Arte em busca de alguém de sobrenome Fiori. Vasculhando os arquivos da fábrica e as fichas dos empregados, não encontraram nenhum Fiori. Mas descobriram uma ficha com nome parecido: Fiel. Entenderam que era esse o cidadão subversivo que procuravam: o operário que distribuía, entre seus colegas, o jornal A Voz Operária, do Partido Comunista Brasileiro. Fiel foi preso, torturado e estrangulado.

No documentário, co-dirigido pelo filho do cineasta, Pedro Zoca, Jorge Oliveira alterna depoimentos contundentes e esclarecedores de personagens dos anos de chumbo, com cenas realísticas interpretadas por atores, ilustrando os momentos importantes da história.

A música original feita para o filme sublinha a poética e a dramaticidade do filme. O público ouvirá uma sonoridade especial muito rara no cinema brasileiro: a música sinfônica. Em geral as trilhas da filmografia brasileira são despojadas, camerísticas, com a singeleza de um violão ou um piano, quando não apelam para os sintetizadores forjando massas sonoras que soam artificiais. Em “Perdão Mister Fiel” o público se extasiará com outro som: o da massa orquestral. O maestro Jorge Antunes escreveu realizações polifônicas, gravadas pela Orquestra Ars Hodierna, em que grandes densidades e texturas são construídas com o tutti orquestral. Claudio Vinicius Fialho, compositor de trilhas premiadas em versões anteriores do festival, parceiro de Antunes na realização, ajudou a pontuar os momentos dramáticos da obra. Um expressivo leit motif vocal costura a trama e dá unidade à composição, nas vozes da soprano brasileira Stella Brandão e da soprano austríaca Daniela Stieff Tostes.

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